Especialistas do CEJAM detalham os diferentes tipos da doença, os cuidados essenciais e a importância da terapia para o bem-estar
Manchas avermelhadas pelo corpo, escamações da pele e alterações nas unhas, tais como manchas e deformidades, estão entre os principais sinais de uma condição dermatológica conhecida como psoríase.
Famosos como a ex-BBB e apresentadora Ana Clara Lima, as cantoras Kelly Key e Beyoncé e a socialite Kim Kardashian são algumas das pessoas que enfrentam o diagnóstico da doença, que afeta aproximadamente 3% da população mundial.
No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são cerca de 5 milhões de indivíduos com essa inflamação na pele.
“A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada por períodos de melhora e piora. Essa condição autoinflamatória envolve fatores genéticos, ambientais e comportamentais que contribuem para seu desenvolvimento”, afirma a Dra. Flávia Rosalba, dermatologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
A médica esclarece que a psoríase pode ser classificada em diferentes tipos, conforme a distribuição das lesões. O tipo mais comum é o da psoríase em placas, com grandes lesões vermelhas e escamosas pelo corpo. A psoríase gutata, por outro lado, é caracterizada por pequenas lesões, geralmente em formato de gotas.
Há também a psoríase invertida, com lesões nas dobras do corpo, e a psoríase palmo-plantar, que causa lesões nas palmas das mãos e solas dos pés.
“A psoríase pustulosa, forma rara e mais grave, é marcada por pequenas bolhas com pus na pele, enquanto o tipo eritrodérmico afeta todo o corpo com intensa vermelhidão e descamação. Há, ainda, a artrite psoriásica, que acomete as articulações, e a psoríase ungueal, que afeta as unhas que podem crescer de forma anormal e apresentar manchas. O diagnóstico é feito principalmente por observação clínica das lesões e, em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia de pele para confirmação. É fundamental consultar um dermatologista ao notar alterações na pele”, assinala a Dra. Flávia.
De acordo com a especialista, o tratamento deve ser individualizado, considerando o tipo e a gravidade da psoríase. “Entre as opções terapêuticas incluem-se: emolientes, pomadas e cremes; fototerapia UVA e UVB; medicamentos orais e injetáveis, incluindo biológicos como anti-TNF e anti-interleucinas”.
A importância do apoio psicológico no tratamento
A psoríase é uma doença que vai muito além das manifestações cutâneas. O impacto emocional que acompanha o diagnóstico pode ser profundo, afetando a qualidade de vida dos pacientes. Mas será que uma doença de pele realmente precisa de ajuda psicológica? A resposta é sim.
“A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, sendo necessário, em alguns casos, o acompanhamento psicológico. Adoção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada, prática de atividade física e manejo do estresse, tem mostrado resultados positivos no controle da doença e na redução das crises”, reforça a dermatologista.
De fato, a relação entre a psoríase e a saúde mental pode ser bastante complexa. E, como não tem cura, os pacientes convivem com os sintomas ao longo da vida.
“Pessoas com psoríase apresentam maior risco de desenvolver ansiedade e depressão. Isso se deve, em parte, à aparência das lesões, que pode resultar em baixa autoestima, vergonha e até isolamento social”, complementa a psicóloga Ana Paula Ribeiro Hirakawa, do CEJAM.
Além disso, o estresse cotidiano pode intensificar as crises de psoríase, o que torna ainda mais crucial que o tratamento envolva não apenas medicamentos e cuidados dermatológicos, mas também o suporte psicológico.
“Com a ajuda de um psicólogo, o paciente pode desenvolver estratégias para gerenciar o estresse e evitar que emoções intensas prejudiquem sua saúde. A terapia permite que o paciente ressignifique sua autoimagem, ajudando a lidar melhor com as lesões e a evitar que a psoríase afete sua vida social e emocional de forma tão impactante”, afirma Ana Paula.
Adicionalmente, a psicóloga recomenda a formação de uma rede de apoio, através de amigos, familiares ou grupos especializados, como meio de potencializar o suporte emocional necessário para lidar com a doença de forma mais tranquila.